![Imagem relacionada](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuGr8mtHvoZ8m4hLBsB2M7rPWWyxHPRqfC6lwTO97rFca3CizPnGMkWwsXUWppv6j9s70_KvfGSRsc2YL5uGp8o0jwuA_sHUBM-LCe0yHRSTVXhMpM3Ej0fJ0ySE1vU0QaB-4O9bHMIu4/s320/casal_deitado.jpg)
Da janela do consultório
Vejo os prédios do Recife
Tudo simétrico e ilusório
Como eu na superfície
Mas há duas pessoas em mim
Vivendo em aberta discórdia
Uma sempre dizendo sim
Quando a outra não concorda
A máscara para os outros
Sentinela da boa aparência
Vive na razão e na ciência
Encobrindo o seu oposto
No profundo, o obscuro
Que ninguém entenderia
Não encontra o que procuro
A paz que me salvaria
Esse outro dentro de mim
Crê ver o que se esconde
Entendendo-se um serafim
Nem lhe posso dar um nome
Por ele vejo um mundo
Que só existe na imaginação
Mas o outro o faz de mudo
E guardo o segredo então
Com esquisita propedêutica
Ensina mistérios inexistentes
Mas o lógico tem em mente
O poder da farmacêutica
Uma dose, uma trégua
Para o embate uma parada
Levo a vida por essa regra
Com a alma fragmentada
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